terça-feira, 1 de novembro de 2011

Existe algum sentido para isso tudo?


Dentro do ônibus desconfortável e lendo o capítulo "O abismo" do livro de Pondé, refleti mais uma vez sobre o abismo de sentido que a humanidade vive, sobre a busca por fantasmas que sempre mudam, sobre a vontade de se agarrar a algo que não trás firmeza a ninguém, sobre buscar a centralidade da vida em: pessoas, relacionamentos, emprego, políticas salvadoras, ou qualquer coisa que seja tangível.
Numa conversa com amigos, eu disse que todos buscam um sentido na vida, alguns confessaram que buscam preencher essa lacuna com pessoas, com estudos, com bebidas ou festas, até com a política. Então, inventam um personagem e se escondem atras dele. O clima ficou tenso quando propus "Deus" e que tudo isso poderia ser ausência dele rs! finalizo aqui, não quero resolver nenhum problema existencial de ninguém. Um analista disse sobre o filósofo existencialista Kafka:

"ele não teoriza um futuro utópico para a humanidade (tentando entender o sentido da existência e pra onde estamos indo). Na melhor das hipóteses, Kafka não tem motivações políticas (marxismo ou que queiram rs) ou filosóficas e apenas pretende refletir o que viu da natureza humana (abismo, natureza caída ou o que queiram rs). Na pior das hipóteses, Kafka acredita que a humanidade é descendente em um abismo de alienação."

Agora termino de verdade rs, muitos acreditam que o sentido da humanidade é o progresso social, político, científico, que podemos construir isso pelas mãos do homem, esse seria o sentido proposto para a vida, ou até ter uma pessoa ideal ao seu lado, ou pode ser essa busca desenfreada por uma felicidade que não chega, contudo, Pondé afirma:

"Os descendentes de Kant, Rousseau e Marx abrem mão do sentido da vida dado pela religião, entrementes, colocam no lugar a crença no homem e no sentido que o mesmo dá com o uso de sua razão para definir a existência e o sentido. Um trágico como eu, não crê em nenhuma das duas (religião ou teorias), mas tendo a valorizar as crenças religiosas como hábitos validos em alguma medida, isso devido ao mistério que as religiões tem."